FORMAÇÕES VEGETAIS

Formação psamófila reptante
Situada na face da praia voltada para o mar ou em cima de dunas ativas, onde a movimentação da areia é comum durante as marés de tempestade ou quando o vento é forte. Esta formação é composta principalmente por espécies estoloníferas exclusivas e adaptadas às rigorosas condições deste ambiente (e.g. Ipomoea pes-caprae, Canavalia rosea, Blutaparon portulacoides). A vegetação varia em largura dependendo do perfil da praia, da ação do mar e do grau de influência antrópica no local (passagem de veículos, pastoreio de animais, etc.). É uma das formações de menor riqueza de espécies nas restingas.



Formação arbustiva fechada
Situada contígua à formação psamófila reptante, esta formação pode ser encontrada, também, nos esporões internos da Lagoa de Araruama. Moldada pela ação do vento, a vegetação é dominada por cactáceas e arbustos adensados, ramificados, comumente com espinhos (e.g. Sideroxylon obtusifolium) ou com ramos pontiagudos (e.g. Scutia arenicola), formando uma barreira difícil de transpor. No interior, a altura da vegetação é variável (2 a 3 m) e muito adensada por arbustos escandentes e trepadeiras. Algumas espécies encontradas nesta formação como arbustos são árvores nas formações florestais (e.g. Chloroleucon tortum, Zollernia glabra). Lagoa de Jacarepiá.


Formação arbustiva aberta
Vegetação formando moitas de diversos tamanhos, com até 5 m de altura. Na área aberta entre as moitas existem muitas espécies herbáceas (e.g. Cuphea flava) e pequenos arbustos isolados (e.g. Couepia ovalifolia). A palmeira acaule Allagoptera arenaria, o guriri, geralmente não ultrapassa 1 m de altura e é muito abundante. Há diversas trepadeiras sobre as moitas e, presas aos ramos dos arbustos, há muitas orquídeas e bromélias epífitas. Abaixo das moitas são encontradas espécies exclusivas de sombra (e.g. Anthurium maricense). Jacarepiá.

Formação arbustiva aberta em baixios inundáveis
Vegetação formando pequenas moitas de formato irregular que sofrem inundação com frequência. Os indivíduos atingem até 5 m de altura (e.g. Humiria balsamifera) e as moitas são intercaladas por espécies de porte mais baixo (e.g. Bonnetia stricta, Pera glabrata). As áreas abertas podem ser, eventualmente, dominadas por gramíneas. É uma formação pouco comum na Restinga de Massambaba.

Formação herbácea em baixios inundáveis
É uma formação adensada, dominada por samambaias (e.g. Telmatoblechnum serrulatum), gramíneas e diversas espécies herbáceas (e.g. Wedelia paludosa, Coccocypselum capitatum). Situada principalmente em áreas baixas entre cordões arenosos, conhecidas como turfeiras, e nas margens das lagoas. A ocorrência de espécies varia de acordo com as alterações no nível d’água.



Formação herbácea em baixios inundáveis salinos
Encontrada nas margens de algumas lagoas salinas (e.g. Lagoa Vermelha, Brejo do Espinho e Brejo do Mato) e nos esporões da Lagoa de Araruama (e.g. Ponta das Marrecas). Também ocorre em pontos de terreno baixo formados, às vezes, por antigos leitos de pequenas lagoas. É constituída por espécies tolerantes à salinidade, como os arbustos Conocarpus erectus e Dalbergia ecastaphyllum. Espécies herbáceas frequentemente formam densos tapetes (Salicornia fruticosa, Sesuvium portulacastrum, Paspalum vaginatum).

Formação florestal não inundável
Localizada em solos bem drenados, as árvores desta formação atingem cerca de 8 m de altura, com algumas emergentes de até 25 m. No interior da floresta, os arbustos não ultrapassam 5 m de altura, podendo ocorrer em agrupamentos densos ou esparsos, dependendo da abertura no dossel. As espécies herbáceas podem ocorrer de forma adensada em certos pontos. As epífitas são esparsas nesta floresta, entretanto, é possível observar árvores densamente cobertas até a copa. Um típico remanescente desta floresta muito rica em espécies é encontrado em Jacarepiá (Saquarema), sendo uma das poucas que ainda sobrevivem conservadas nas restingas fluminenses.



Formação florestal inundável
Encontrada nas áreas mais baixas entre os cordões arenosos, nos baixios entre dunas e nas margens das lagoas. O solo é encharcado nas épocas de maior pluviosidade, devido ao lençol freático mais superficial. As árvores alcançam até 12 m de altura, sendo típicas as figueiras (Ficus sp.), que podem apresentar raízes escoras visíveis saindo do caule. O interior e as bordas desta floresta são cobertos por uma grande riqueza e densidade de samambaias terrestres.

Formação florestal inundada
Esta floresta é inundada durante, pelo menos, 10 meses ao ano, dependendo da intensidade da chuva. As árvores não ultrapassam os 10 m de altura. Com baixa riqueza de espécies, frequentemente é dominada por Tabebuia cassinoides (pau-de-tamanco). Na Restinga de Massambaba, é uma formação pouco comum, havendo um remanescente localizado nas margens da Lagoa de Jacarepiá.