ESPÉCIES
OCHBACEAE
ORCHIDACEAE
OROBANCHACEAE
PASSIFLORACEAE
POACEAE
PRIMULACEAE
RUBIACEAE
SAPINDACEAE
SAPOTACEAE
SMILACACEAE
LAMIACEAE
Vitex polygama Cham.



Ocorrência: Endêmica do Brasil. Ocorre nas regiões Norte (Pará, Rondônia, Tocantins), Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul (Paraná, Santa Catarina), na Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado e Floresta Atlântica. Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação arbustiva aberta (formando moitas).
Descrição: Arbusto ou árvore de 10 m de altura. Caule com ramos marrom-ferrugíneos. Folhas compostas, digitadas com 3 a 4 folíolos, aglomeradas nas pontas dos ramos. Inflorescência em cimeiras; flores com cerca de 2 cm de diâmetro, corola com 5 pétalas, 4 delas esbranquiçadas e menores, a maior lilás. Fruto nuculânio globoso, roxo a negro, superfície revestida por tricomas marrons claros, um único pirênio com 4 lóculos, uma semente por lóculo. Sementes não se individualizam, pirênio ovoide, mediano, testa ligeiramente rugosa, bege a marrom clara. Plântula fanerocotiledonar, epígea, cotilédones foliáceos fotossintetizantes.

Informações ecológicas: Frutificação no verão e inverno. Polinização por melitofilia(47). Dispersão de sementes por zoocoria. Sementes com dormência fisiológica(27). Pequena parcela das sementes recém-coletadas (4%) não apresenta dormência e inicia a germinação 13 dias após a hidratação. Sementes armazenadas durante 1 ano em temperatura de 10ºC iniciam a germinação 4 dias após a hidratação, tem germinação mediana (40%) e tempo médio de germinação de 13 dias.
Observações: Conhecida como “velame do campo” ou “tarumã”, há estudos químicos que demonstram seu potencial inseticida, devido a inibição do crescimento larval, especialmente contra uma praga destrutiva de milho e diversas outras culturas164. Estudos fitoquímicos demonstraram atividade antiviral contra herpes, a partir de testes utilizando os frutos e folhas(165). A casca é utilizada na medicina tradicional em diferentes partes do Brasil, como diurética, emenagoga, contra pedra nos rins e com propriedades anti-inflamatórias(166).


Ocorrência: Endêmica do Brasil, ocorrendo nas regiões Nordeste (Bahia, Pernambuco, Sergipe) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro), na Floresta Atlântica (floresta ombrófila e restinga). Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação arbustiva aberta (formando moitas).
Descrição: Arbusto de 2 a 4 m de altura, dioica. Caule com ramos cilíndricos, estriados, com lenticelas. Folhas simples, alternas, cartáceas, ovadas, lanceoladas a elípticas, base aguda, margem sub-revoluta, ápice acuminado, glabras, domácias em tufos de tricomas nas axilas das nervuras secundárias, pecíolo achatado, anguloso, glabro. Inflorescência axilar ou terminal; flores unissexuadas, cremes, pilosas. Fruto baga, elipsoide, roxo, sobre cúpula hemiesférica, lisa, margem simples, apenas uma semente por fruto. Semente ovoide, mediana, testa lisa e marrom. Plântula criptocotiledonar, hipógea, cotilédones de reserva.

Informações ecológicas: Floração no outono e frutificação no inverno2. Dispersão de sementes por zoocoria. Sementes com dormência fisiológica(27). Apesar de lenta, a germinação é alta (88%)(111).
Uso local: No passado, a madeira era utilizada pela comunidade local para construção e/ou reparo de casas e embarcações.
Observações: A família Lauraceae abriga as espécies conhecidas por “canelas”, cuja importância econômica varia da culinária até marcenaria, construção civil e fabricação de papel(167). O gênero Ocotea possui especial importância econômica, sendo reconhecida como “canelas”, “loureiros” ou “imbuias”, devido à qualidade da madeira, para o emprego na construção naval e movelaria de luxo(168). Estudos químicos têm demonstrado o potencial medicinal, devido à presença nas folhas de substâncias com propriedades anti-herpéticas(169).


Ocorrência: Endêmica do Brasil, ocorre na Floresta Atlântica (floresta ombrófila densa submontana e restinga), no Rio de Janeiro. Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação arbustiva aberta.

Descrição: Arvoreta de 1 a 5 m de altura, monoica. Caule com ramos cilíndricos, pilosos, com lenticelas. Folhas simples, alternas, cartáceas, lanceolado-ovadas, base obtusa, margem sub-revoluta, ápice agudo. Inflorescência paniculada, terminal ou axilar, branca com tricomas; flores bissexuadas, brancas. Fruto baga, elipsoide, preto, pouca polpa, sobre cúpula hemiesférica vermelho-rosada, lisa, apenas uma semente por fruto. Semente ovoide, grande, testa rugosa e marrom. Plântula criptocotiledonar, hipógea, cotilédones de reserva.
Informações ecológicas: Frutificação no outono. Dispersão de sementes por zoocoria. Sementes com dormência, iniciam a germinação 164 dias após a hidratação. Germinação mediana (68%) e tempo médio de germinação de 251 dias. A germinação é mais rápida e mais elevada em temperatura alternada.
Observações: Espécie que faz parte da família das canelas, com importância econômica, com usos relacionados da culinária à marcenaria, construção civil e fabricação de papel(167). O. squarrosa é uma espécie endêmica das restingas de Cabo Frio e Arraial do Cabo(170).



Ocorrência: Distribui-se na América do Sul (Bolívia, Peru, Guiana Francesa e Brasil). No Brasil, ocorre nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso) e Sudeste. Encontrada na Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado e Floresta Atlântica. Na Restinga de Massambaba é encontrada nas formações arbustiva aberta, arbustiva aberta em baixios inundáveis e florestal não inundável.
Descrição: Arbusto até 6 m de altura, com base engrossada e lenhosa. Caule com ramos ascendentes e eretos. Folhas simples, opostas, coriáceas, obovadas a elípticas, com tricomas. Inflorescência em racemos terminais; flores amarelas, glândulas visíveis no cálice. Fruto drupa globosa, amarela, uma semente por fruto. Semente globosa, mediana, testa rugosa, marrom. Plântula fanerocotiledonar, epígea, cotilédones foliáceos fotossintetizantes.

Informações ecológicas: Floração e frutificação na primavera e verão. Polinização por melitofilia(171). Dispersão de sementes por zoocoria. Germinação baixa e lenta24. Dormência fisiológica é reportada para o gênero Byrsonima(172 173). As sementes formam banco de sementes.
Uso local: Espécie importante na cultura e tradição local, especialmente dos pescadores artesanais, que extraiam das raízes e cascas o pigmento vermelho para tingir suas redes de pesca. O processo de tingimento consistia em socar a raiz e/ou a casca e depois colocá-las no interior da canoa juntamente com a água do mar, deixando por alguns dias a rede de pesca (“curtindo” ao sol). Os frutos maduros eram consumidos in natura ou na forma de sucos.
Observações: A literatura indica o potencial de uso para o gênero Byrsonima, da madeira para construção civil; das cascas usadas em curtumes e/ou para tingir tecidos, devido à grande quantidade de taninos; flores e frutos atraem aves; além do potencial ornamental e para recuperação de áreas degradadas; os frutos são apreciados para consumo in natura e utilizados na preparação de bebidas e doces em diversas regiões do país. O potencial medicinal tem sido investigado em relação à ação contra bactérias, enterobactérias, protozoários e fungos relacionados a doenças gastrointestinais e de pele, assim como para diversas atividades biológicas(174 175).



Ocorrência: Endêmica do Brasil, ocorre nas regiões Nordeste (Alagoas, Bahia) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro), na Floresta Atlântica (floresta ombrófila e restinga). Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação arbustiva aberta (área aberta entre-moitas).
Descrição: Arbusto escandente. Folha simples, base subcordada, frequentemente apiculada. Inflorescência em umbela, terminal; flores solitárias ou em trio, corola com pétalas vistosas, amarelas orbiculares, margem denticulada com glândulas. Fruto sâmara, mediano, leve, marrom, ala localizada em apenas uma extremidade, apenas uma semente por fruto. Semente não se individualiza do fruto. Plântula fanerocotiledonar, epígea, cotilédones de reserva.
Informações ecológicas: Floração e frutificação na primavera. Dispersão de frutos por anemocoria. Sementes sem dormência, iniciam a germinação 15 dias após a hidratação. Germinação baixa (30%) e tempo médio de germinação de 23 dias.
Uso local: No passado, a madeira era usada para confeccionar brinquedos.
Observações: Devido às suas flores amarelas vistosas, a espécie tem potencial ornamental.



Ocorrência: Endêmica do Brasil e da Floresta Atlântica, na vegetação de cerrado (lato sensu), floresta estacional semidecidual, floresta ombrófila e restinga. Ocorre nas regiões Nordeste (Alagoas, Bahia, Maranhão, Sergipe) e Sudeste. Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação florestal não inundável.

Descrição: Árvore até 9 m de altura, decídua, monoica. Caule liso, reto a levemente tortuoso, racemoso, com esgalhamento ralo e irregular, ritidoma cinzento-claro, profundamente fendido longitudinalmente, casca interna vermelha. Folhas compostas, pecioladas, digitadas, de elípticas a ovais, margem inteira, estípulas caducas. Inflorescência em cimeiras bifloras subterminais e pedunculadas; flores bissexuadas, brancas, solitárias, terminais, actinomorfas, pentâmeras, cálice campanulado, corola com pétalas carnosas e pilosas. Fruto cápsula elipsoide, presença de paina dourada, numerosas sementes por fruto. Semente globosa, mediana, testa lisa, marmorada em tons de marrom, com uma mancha marrom escura perto do hilo. Plântula fanerocotiledonar, epígea, cotilédones foliáceos fotossintetizantes.
Informações ecológicas: Floração no outono(176) e frutificação no inverno. Polinização por melitofilia e quiropterofilia(176). Dispersão de sementes por anemocoria. Sementes sem dormência, iniciam a germinação 4 dias após a hidratação. Germinação mediana (63%) e tempo médio de germinação de 6 dias.
Uso local: No passado, o caule (madeira) era extraído e usado na carpintaria para caixotaria em geral e a paina dos frutos era usada no enchimento de travesseiros e almofadas.
Observações: Espécie conhecida em outras áreas como “embiruçu”, “embiruçu-da-mata”, “imbiruçu” e “paina-amarela”. Possui potencial ornamental e vem sendo indicada para recuperação de áreas degradadas(177 178).


Canteiro 35A

Ocorrência: Endêmica do Brasil, ocorre na Região Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe), Sudeste, Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás) e Sul (Paraná, Santa Catarina). Encontrada em campo rupestre, caatinga arbórea, florestas ombrófilas submontanas, florestas ciliares e restingas. Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação arbustiva aberta (em moitas).

Descrição: Arbusto escandente. Caule ramificado, ramos decumbentes, lisos a levemente estriados longitudinalmente. Folhas simples, alternas, pecioladas, obovadas a oblanceoladas, coriácea, margem inteira ou levemente revoluta, presença de glândulas próximas da margem na base da lâmina foliar. Inflorescência em racemo, terminal, multiflora, nectários nos pedicelos, vináceos a roxos; flores pentâmeras, bissexuadas, cálice com sépalas amarelo-esverdeadas, corola com pétalas obovadas, púrpuras a vináceas. Fruto capsular globoso, apiculado, levemente rugoso, com epicarpo e mesocarpo vermelho intenso, várias sementes por fruto. Semente semilunar, pequena, testa rugosa, negra e brilhante. Plântula fanerocotiledonar, epígea, cotilédones foliáceos fotossintetizantes.
Informações ecológicas: Floração na primavera e frutificação no verão. Polinização por ornitofilia(179). Dispersão de sementes por zoocoria. Sementes sem dormência, iniciam a germinação 3 dias após a hidratação. Germinação alta (80%) e tempo médio de germinação de 6 dias.
Observações: Planta com inflorescências e flores muito vistosas, com grande potencial paisagístico, sendo utilizada em arborização urbana no Rio de Janeiro. É visitada e polinizada por aves, especialmente beija flores(180).



Ocorrência: Ampla distribuição pelos trópicos e subtrópicos, na América Central, Antilhas e América do Sul, além de ser uma espécie introduzida em diversos países da Europa, África, Ásia e América do Norte. No Brasil, é encontrada na Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado, Floresta Atlântica, Pampa e em quase todos os estados, além de Abrolhos, em vegetação de restinga, caatinga, em margens de rios, afloramentos rochosos, regiões rurais e áreas antrópicas. Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação arbustiva aberta (área aberta entre-moitas).
Descrição: Erva anual, prostrada a decumbente. Caule com ramificação difusa. Folhas simples, pseudoverticiladas, membranáceas, agrupadas de 3 a 6, linear-espatuladas a oblongo-lineares, ápice obtuso, base aguda. Inflorescência em dicásio, axilar; flores bissexuadas, pentâmeras, cálice com sépalas brancas a esverdeadas. Fruto cápsula loculicida, globosa, trisulcada, 8 a 30 sementes por fruto. Semente reniforme, testa estriada, marrom-avermelhada, muito pequena e leve(181).
Informações ecológicas: Floração no outono. Dispersão de sementes por anemocoria ou autocoria. Sementes com dormência fisiológica(27). As sementes formam banco de sementes.
Observações: A literatura demonstra que o extrato vegetal possui atividade imunoestimulante em células peritoneais de camundongos(182).

Ocorrência: Espécie não endêmica do Brasil, ocorre no Nordeste (Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás), Sudeste e Sul (Paraná, Santa Catarina). Encontrada no Cerrado e Floresta Atlântica, cresce em campos de altitude, campos rupestres, floresta ombrófila e restinga. Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação arbustiva aberta (em moitas).
Descrição: Arbusto ou árvore até 3 m, com indumento ferrugíneo. Caule com casca externa laminada desfoliante em placas rígidas, casca interna lisa e avermelhada. Folhas simples, opostas, elíptico-oblongas ou ovadas, ápice levemente obtuso-acuminado ou agudo, base aguda ou obtusa, coriáceas, discolores, com pontuações evidentes em ambas as faces. Inflorescência em tirsoides 2 ou 4 axilares, com flores aglomeradas; flores, com cálice fechado no botão, corola com 3 pétalas pequenas, brancas, caducas. Fruto baga, globoso, roxo nigrescente, uma ou duas sementes por fruto. Semente globosa (quando sozinha no fruto) e com uma face reta (quando 2 por fruto), pequena, testa lisa, marrom clara. Plântula fanerocotiledonar, epígea, cotilédones foliáceos fotossintetizantes.
Informações ecológicas: Floração na primavera e verão e frutificação no verão e outono(183). Dispersão de sementes por zoocoria. Sementes sem dormência, iniciam a germinação 6 dias após a hidratação. Germinação alta (77%) e tempo médio de germinação de 14 dias.
Observações: Estudos etnobotânicos no Norte Fluminense indicaram potencial de uso desta espécie, como alimentar (frutos in natura), na construção de casas e como combustível (lenha)(145). Estudos ecológicos demonstraram altas taxas de crescimento e sobrevivência, recomendando assim seu uso em projetos de revegetação(155).


Ocorrência: Endêmica do Brasil, ocorre na Região Nordeste (Bahia), Sudeste e Sul (Paraná, Santa Catarina), na Floresta Atlântica (floresta estacional semidecidual, floresta ombrófila, floresta ombrófila mista, restinga). Há registros como espécie introduzida em Trindade e Tobago, Taiwan, Ilhas Fiji, Ilhas Maurício, Madagascar e Gabão. Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação florestal não inundável.
Descrição: Arvoreta de até 5 m de altura, glabra. Caule com casca externa laminada desfolhando em lâminas papiráceas. Folhas simples, opostas, obovadas ou oblongas, ápice obtuso-acuminado, base cuneada a decorrente, coriáceas, discolores, densamente pontuadas. Inflorescência em racemo, axilares ou terminais, de 3 a 4 pares de flores; flores brancas, cálice com sépalas oblongas, iguais, pilosas. Fruto baga, globoso, vermelho-escuro quando maduro, poucas sementes por fruto. Semente mediana. Plântula criptocotiledonar, hipógea, cotilédones de reserva(184).
Informações ecológicas: Floração no inverno e primavera e frutificação na primavera e verão(185). Dispersão de sementes por zoocoria186. Germinação alta (100%) e tempo médio de germinação de 15 dias(187 188).
Uso local: No passado, a madeira era usada em marcenaria e carpintaria, para forros de casas e caixotaria. Hoje, seus frutos ainda são bastante apreciados e consumidos.
Observações: A grumixama é comercializada como produto artesanal (polpa de fruta congelada). Seus frutos são fonte de compostos bioativos, com possível ação na redução da incidência de doenças crônicas, com potencial de uso comercial(189). A casca e suas folhas são utilizadas na medicina popular como adstringentes, diuréticas e possuem comprovação anti-inflamatória(190). Há comprovação dos extratos das folhas com efeito antidepressivo significativo(191), com perfil semelhante a fluoxetina em camundongos(190), assim como propriedades anti-inflamatórias(189).

Canteiro 35B




Ocorrência: Endêmica do Brasil, ocorre na Floresta Atlântica (floresta ombrófila e restinga) do Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná). Na Restinga de Massambaba ocorre na formação arbustiva aberta (formando moitas) e florestal não inundável.
Descrição: Arbusto ou pequena arvoreta até 5 metros de altura, glabra. Caule com casca externa desfolhando em lâminas. Folhas simples, opostas, elípticas, ovadas ou lanceoladas, ápice acuminado, base cuneada a decorrente, margem revoluta com um espessamento amarelo, coriáceas, discolores, com face adaxial brilhante, densamente pontuada, pecíolo amarelado. Inflorescência em fascículos axilares, com 4 a 6 flores; flores com cálice com sépalas ovado-arredondadas, iguais, pilosas, com lobos ovado-arredondados, iguais, pilosos; corola com pétalas brancas, estames brancos. Fruto baga piriforme, amarelo-alaranjado quando maduro, apenas uma semente por fruto. Semente globosa, grande, testa lisa, bege-amarelada, hilo largo e evidente. Plântula criptocotiledonar, hipógea, cotilédones de reserva.
Informações ecológicas: Frutificação na primavera. Dispersão de sementes por zoocoria. Sementes com dormência, iniciam a germinação 33 dias após a hidratação. Germinação baixa (38%) e tempo médio de germinação de 93 dias.
Uso local: No passado, o caule era extraído para uso na confecção de utensílios e bilros. Hoje, seus frutos maduros ainda são apreciados e consumidos in natura e em infusão na cachaça.
Observações: Estudos recentes isolaram e categorizaram constituintes químicos, a partir dos extratos de folhas e galhos, com potencial antioxidante(192).

Canteiro 35B


Ocorrência: Endêmica do Brasil, ocorre na Floresta Atlântica (floresta ombrófila e restinga) do Rio de Janeiro. Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação arbustiva aberta (área aberta entre-moitas).
Descrição: Arbusto até 2 m de altura. Caule com ramos jovens puberulentos. Folhas simples, opostas, coriáceas, concolores, glabras exceto na nervura central, pontuações evidentes em ambas as faces, ápice acuminado, base aguda, margem revoluta, nervura central sulcada na face adaxial e saliente na abaxial, pilosa. Inflorescência em racemo axilar terminal, com 1-2 pares de flores; flores em botões florais globosos, cálice com 4 sépalas, iguais, elípticas, ápice agudo, pouco piloso; corola com 4 pétalas, pouco pilosa. Fruto baga, globoso ou elipsoide, costado longitudinalmente, amarelo, odor adocicado, polpa sucosa, uma ou duas sementes por fruto. Semente globosa, grande, testa rugosa, fibrosa, marrom clara. Plântula criptocotiledonar, hipógea, cotilédones de reserva.

Informações ecológicas: Floração e frutificação na primavera. Polinização por melitofilia(193). Dispersão de sementes por zoocoria. Sementes sem dormência, iniciam a germinação 20 dias após a hidratação. Germinação alta (74%) e tempo médio de germinação de 46 dias.
Uso local: Os frutos são apreciados pelo sabor e cheiro forte (adocicado), são colhidos e consumidos in natura pela comunidade local, assim como em preparação de doces, geleias e infusões na cachaça. Suas folhas são usadas na medicina local para baixar a febre.
Observações: Estudos sobre o potencial nutritivo dos frutos demonstraram que a polpa possui maiores valores nutricionais que o da pitanga (E. uniflora), sendo uma importante fonte de macro e micronutrientes para alimentação humana, embora ainda não exista cultivo e comercialização(194).

Canteiro 35B


Ocorrência: Ampla distribuição, ocorrendo em diferentes países da América do Sul (Bolívia, Colômbia, Venezuela, Guianas, Paraguai, Uruguai e Argentina), além de ter sido introduzida nos EUA e em países da América Central, África, Europa, Ásia e Oceania. No Brasil, ocorre no Cerrado, Floresta Atlântica (ombrófila e restinga) e Pampa, nas regiões Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul), Sudeste e Sul. Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação arbustiva aberta (formando moitas).

Descrição: Arbusto a arvoreta até 5 m de altura, glabra. Caule com casca externa áspera e desprendendo-se em placas e ramificação densa e fina. Folhas simples, opostas, ovadas ou elípticas, ápice agudo ou acuminado, base aguda, obtusa, arredondada, ou cordada, cartáceas a coriáceas, discolores. Inflorescência em racemos axilares terminais, com 1 ou 2 pares de flores; flores em botões florais globosos, sépalas oblongas a lanceoladas e reflexas na antese, pétalas brancas, glabras em ambas as faces, obovadas. Fruto baga, globoso, costado longitudinalmente, vermelho quando maduro, polpa sucosa, apenas uma semente por fruto. Semente globosa, grande, testa rugosa, marrom. Plântula criptocotiledonar, hipógea, cotilédones de reserva.
Informações ecológicas: Floração com predomínio no inverno e início da primavera. Frutificação, com predomínio na primavera e início do verão(185). Polinização por melitofilia(193). Dispersão de sementes por zoocoria. Frutos muito apreciados pela avifauna(195). Sementes sem dormência, iniciam a germinação 22 dias após a hidratação. Germinação alta (87%) e tempo médio de germinação de 30 dias(187).
Uso local: Os frutos são apreciados pela comunidade local, consumidos maduros e in natura, bem como em preparados (geleias, doces, sucos e em infusões em cachaça). As folhas são usadas para baixar a febre, no tratamento de diarreias e gripe. O tronco é usado na confecção de agulhas, para costurar rede de pesca.
Observações: As folhas de pitanga são aromáticas196, têm atividades antibiótica, anti-diarréica(197); febrífuga, anti-reumática, usadas em tratamentos de gripes e resfriados comuns(134). Testes farmacológicos demonstraram ainda ação analgésica, diminuição do trânsito intestinal(198), diurética, vasodilatador, anti-hipertensiva(199).

Ocorrência: Ampla distribuição na América do Sul e Antilhas. No Brasil, está presente na Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado e Floresta Atlântica, em todas as regiões do país: Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará); Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte); Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso); Sudeste; Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina). Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação arbustiva aberta (em moitas).


Descrição: Árvore até 6 m de altura, de copa globosa. Caule com ramos novos de coloração cobre-avermelhado, casca acinzentada. Folhas simples, opostas, cruzadas, obovadas ou elípticas, coriáceas, levemente discolores, com pontuações translúcidas evidentes, principalmente na face abaxial. Inflorescência em panículas apicais; flores brancas. Fruto baga, globoso, roxo a negro, polpa sucosa roxa, uma a quatro sementes por fruto. Semente globosa (quando sozinha no fruto) e com uma ou duas faces retas (quando 2 ou mais por fruto), testa lisa, bege a marrom-esverdeada. Plântula fanerocotiledonar, epígea, cotilédones foliáceos fotossintetizantes.
Informações ecológicas: Frutificação na primavera e verão. Polinização por melitofilia(200). Dispersão de sementes por zoocoria. Sementes sem dormência(171). Germinação alta e tempo médio de germinação de 10 dias.
Uso local: No passado, a madeira era utilizada para a confecção de cabos de ferramentas, bem como para lenha e carvão. Seus frutos são consumidos, in natura, durante as caminhadas pela restinga.
Observações: Ensaios farmacológicos com extratos de folhas foram efetivos contra hemorragia causada pelo veneno de jararaca (Bothrops jararaca)(201).



Ocorrência: Endêmica do Brasil, restrita a Floresta Atlântica (floresta ombrófila e restingas) com registros confirmados no Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo). Na Restinga da Massambaba está presente na formação arbustiva aberta (em moitas).

Descrição: Arbusto a arvoreta até 5 m de altura. Caule com casca fissurada. Folhas simples, opostas, ovadas ou lanceoladas, ápice longamente acuminado, base obtusa a arredondada, coriáceas, com face adaxial lustrosa, pontuações translúcidas esparsas. Inflorescência em tirsoides, 2-4 axilares, terminais ou em nós folhosos basais; flores com botões florais obovados, cálice com 5 pétalas, iguais. Fruto baga, globoso, roxo a negro, polpa roxa, uma ou quatro sementes por fruto. Semente globosa, (quando sozinha no fruto) e com uma ou duas faces retas (quando 2 ou mais por fruto), pequena, testa lisa, marrom-esverdeada. Plântula fanerocotiledonar, epígea, cotilédones foliáceos fotossintetizantes.
Informações ecológicas: Frutificação na primavera e verão. Dispersão de sementes por zoocoria. Sementes sem dormência, iniciam a germinação 3 dias após a hidratação. Germinação alta (72%) e tempo médio de germinação de 9 dias.
Observações: Estudos sobre óleo essencial extraído das folhas de M. ovata comprovaram o efeito analgésico já descrito na medicina tradicional, sendo eficaz na redução da dor e inflamação(202). O óleo essencial das folhas vem sendo utilizado, no Brasil, para tratamentos de doenças gástricas, devido à atividade antimicrobiana e à ação na quebra de biofilmes microbianos por Enterococcus faecalis, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella choleraesuis, Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae e Candida parapsilosis(203). Foi destacada, ainda, sua atividade antibacteriana inovadora contra oito bactérias transmitidas por alimentos, podendo ser uma alternativa interessante para futuras aplicações como antimicrobianos naturais em sistemas alimentares(204).



Ocorrência: Distribui-se na América Central e América do Sul. No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Pernambuco), Centro-Oeste, Sudeste e Sul, na Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado, Floresta Atlântica (floresta ombrófila mista, restinga, floresta ciliar ou de galeria). Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação arbustiva aberta (em moitas).
Descrição: Arbusto ou arvoreta até 5 m de altura. Caule com ramos glabros ou com tricomas esparsos e casca externa laminada desfoliante em placas rígidas, deixando um aspecto liso, amarelado ou rosado. Folhas simples, opostas, elípticas ou lanceoladas, lustrosa, ápice longo-acuminado, base cuneada ou decorrente, margem não revoluta, cartáceas, discolores, densamente pontuadas. Inflorescência em fascículos axilares; flores tetrâmeras, creme, com numerosos estames. Fruto baga, globoso, alaranjado a vermelho-nigrescente quando maduro, apenas uma semente por fruto. Semente globosa, pequena, testa rugosa marrom escura e com manchas esbranquiçadas, hilo marrom claro. Plântula criptocotiledonar, hipógea, cotilédones de reserva.
Informações ecológicas: Floração na primavera e frutificação no verão(185). Polinização por melitofilia e miofilia(39 205). Dispersão de sementes por zoocoria206. Sementes com dormência. Germinação mediana (60%) e tempo médio de germinação de 47 dias.
Uso local: O fruto do cambuí é um dos mais apreciados na restinga de Arraial do Cabo, especialmente entre os pescadores, que consomem seus frutos maduros in natura ou usam em infusão na cachaça, cujas doses são comercializadas na região. A coleta e o consumo dos seus frutos são parte da cultura e tradição local.
Observações: O potencial alimentar dos frutos (amarelos ou negros, quando maduros) é intensamente conhecido e estudos químicos recentes vêm comprovando seu potencial antioxidante e antimicrobiano, especialmente do extrato das suas folhas(207).


Ocorrência: Endêmica do Brasil e da Floresta Atlântica (floresta ombrófila e restinga). Ocorre nas regiões Nordeste (Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte), Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná). Na Restinga de Massambaba é encontrada na formação arbustiva aberta (em moitas) e em áreas antropizadas.
Descrição: Arbusto a arvoreta até 5 m de altura. Caule com casca externa áspera e desprendendo-se em placas, com ramos novos glabros ou com poucos tricomas. Folhas simples, opostas, discolores, lustrosas na face adaxial, ovadas ou elípticas, ápice acuminado, base cuneada a decorrente, margem espessada, coriáceas, densamente translúcido-pontuadas, pecíolo glabro ou com poucos tricomas. Inflorescência em fascículos axilares; flores com cálice fechado no botão; corola com 4 pétalas reduzidas, espatuladas, pilosas, caducas, brancas. Fruto baga, globoso, negro, polpa ligeiramente avermelhada, uma ou duas sementes por fruto. Semente globosa, grande, (quando sozinha no fruto) e com uma face reta (quando 2 por fruto), testa lisa, marrom-esverdeada. Plântula fanerocotiledonar, hipógea, cotilédones de reserva.

Informações ecológicas: Floração no outono e inverno e frutificação no inverno e primavera(185). Dispersão de sementes por zoocoria. Sementes sem dormência, iniciam a germinação 6 dias após a hidratação. Germinação alta (94%) e tempo médio de germinação de 18 dias.
Uso local: Os frutos são apreciados, coletados e consumidos in natura, tanto no passado como atualmente. A madeira era extraída e usada como combustível (lenha).
Observações: É conhecida também como “camboim-de-cachorro” ou “pitanga-de-cachorro” e seus frutos contêm antocianina, importante componente químico que traz benefícios à saúde na redução do risco de doenças cardíacas, diabetes, câncer, resistência ao envelhecimento e controle de obesidade(208). Embora com poucos estudos para a espécie, há indicação para atividade anticolinesterase (relacionado à doença de Alzheimer), a partir do óleo essencial das folhas(209). Possui ainda potencial de uso em reflorestamento e arborização urbana(210). Galhas com aspecto de roseta se desenvolvem em ramos jovens e são característica diferencial dessa espécie(185).




Ocorrência: Endêmica do Brasil, distribui-se na Caatinga, Cerrado, Floresta Atlântica, nas regiões Nordeste (Bahia, Ceará, Pernambuco, Sergipe), Sudeste e Sul, tendo sido introduzida em países da América do Norte, Central e do Sul, Antilhas, África, Ásia e Oceania. Na Restinga de Massambaba é encontrada nas formações arbustiva aberta (em moitas) e arbustiva fechada.
Descrição: Arbusto ou árvore até 5 m de altura. Caule com ramos jovens de coloração acastanhada, casca externa laminada desfoliante em placas rígidas, deixando um aspecto liso e avermelhado. Folhas simples, opostas, obovadas ou elíptico-obovadas, margem revoluta, coriáceas, discolores. Inflorescência solitária, axilar; flores com cálice parcialmente soldado, 4 ou 5 sépalas irregulares, persistente no fruto; corola branca. Fruto globoso ou obovado, polpa sucosa, vermelho quando maduro, muitas sementes por fruto. Semente arredondada, achatada, pequena, com testa dura e textura óssea. Plântula fanerocotiledonar, epígea, com cotilédones foliáceos fotossintetizantes(211).
Informações ecológicas: Floração na primavera e frutificação no verão e outono(185). Polinização por melitofilia(205). Dispersão de sementes por zoocoria(186). Sementes sem dormência e tempo médio de germinação de 36 dias(211). Germinação superior a 80% em temperaturas constantes e alternadas entre 15 e 30ºC(211).
Uso local: Os frutos são apreciados e coletados por todos os colaboradores dos estudos etnobotânicos na região. Consumidos in natura ou em preparos de sucos, geleias e doces. A madeira, no passado, era usada na construção (esteios de casas), confecção de cabos de ferramentas, assim como combustível (lenha e carvão vegetal).
Observações: Estudos etnobotânicos no litoral paulista registraram que todas as comunidades pesquisadas consomem os frutos (alimentar) e as folhas para tratamento de diarreias(212). Em literatura há comprovações do potencial antimicrobiano do extrato das folhas(213) (Streptococcus mutans(214), Porphyromonas gingivalis e E. faecalis, entre outros); como fonte de vitamina C, minerais, ácidos graxos, polissacarídeos, carotenoides e compostos fenólicos dos frutos; além de efeitos antioxidantes, antidiabéticos, anticarcinogênicos, antiinflamatórios e antienvelhecimento(215). É utilizada e indicada para uso paisagístico e para recuperação de áreas degradadas(178).


Canteiro 35A

Ocorrência: Distribui-se nos EUA, Antilhas, Ilhas Turcas e Caicos. No Brasil é encontrada nas regiões Nordeste (Bahia, Ceará, Pernambuco, Sergipe), Sudeste e Sul (Santa Catarina), na Floresta Atlântica (floresta ombrófila e restinga). Na Restinga de Massambaba ocorre na formação arbustiva aberta (em moitas).

Descrição: Arbusto ou árvore até 5 m de altura. Caule cilíndrico, casca áspera, avermelhada. Folhas simples, opostas, oblongo-elípticas a suborbiculares, coriáceas, base cuneada, ápice arredondado a levemente retuso, glabras. Inflorescência em cimeiras, brácteas lanceoladas a oblongas na base dos ramos secundários, pilosas no dorso, bractéolas deltoides, pouco pilosas, especialmente no ápice, botões estaminados, clavados, estreitados na base, glabros, ápice papiloso; flores estaminadas campanuladas, amarelo-esverdeadas, pilosas, perfumadas, perianto afunilado avermelhado. Fruto drupa, globoso, vinoso a negro, polpa sucosa roxa, apenas uma semente por fruto. Semente elipsoide, pequena, testa rugosa, bege, com fibras longitudinais claras. Plântula fanerocotiledonar, epígea, cotilédones foliáceos fotossintetizantes, sempre de tamanhos desiguais.
Informações ecológicas: Frutificação no outono. Dispersão de sementes por zoocoria. Sementes sem dormência, iniciam a germinação 2 dias após a hidratação. Germinação alta (74%) e tempo médio de germinação de 9 dias.
Uso local: No passado, a madeira era usada como combustível (lenha).